FRATURAS DE UMERO PROXIMAL
As fraturas de Úmero proximal correspondem a 5 a 10% do total de fraturas dos membros superiores, sendo a segunda mais comum em membros superiores. Apresenta estreita relação com a baixa densidade óssea, sendo mais frequente em mulheres acima de 60 anos. As fraturas que ocorrem nos pacientes mais jovens em geral são devido traumas de alta energia, ou seja, por outro mecanismo de trauma. A grande maioria das fraturas de Úmero proximal são de tratamento conservador (sem cirurgia). Estas fraturas são classificadas segundo Neer, em até 4 partes, conforme o desvio angular dos fragmentos ósseos.
As fraturas sem desvio são as mais comuns e de tratamento clínico. Evoluem bem com imobilização por 6 semanas, devendo ser acompanhadas neste período para realização de Radiografias seriadas semanalmente, para caso haja alguma mudança na posição dos fragmentos ósseos, indicarmos tratamento cirúrgico precocemente.
Já as fraturas em duas, três e 4 partes com desvio, são eminentemente cirúrgicas, desde que o paciente tenha condições clínicas para a realização do procedimento.
Em geral, a gravidade aumenta de acordo com o número de partes da fratura, entre elas a instabilidade de redução dos fragmentos ósseos (nas 4 partes) e presença de Osteoporose em pacientes idosos onde a colocação de síntese cirúrgica é prejudicada pela qualidade do osso e nestes casos, a substituição por prótese é indicada.
As principais complicações que podem ocorrer devido o trauma são infecção, Necrose de cabeça umeral, Pseudoartrose e consolidação viciosa. A Necrose de cabeça umeral é a complicação mais temida, pode ocorrer devido a interrupção do suprimento sanguíneo devido o trauma, havendo a necessidade de substituição por prótese. Pseudoartrose é quando não ocorre cicatrização óssea (a fratura não grudou). Consolidação viciosa é quando a fratura consolida fora do eixo esperado, ou seja, “grudou torto” e dependendo do caso necessitará de reparo cirúrgico.
O tratamento cirúrgico, quando necessário, visa reconstruir a arquitetura óssea original, sendo o método mais comum, a fixação com placa e parafuso. Eventualmente em casos mais graves pode ser necessário a substituição da cabeça do úmero para colocação de prótese, sendo que em pacientes jovens e atletas, a colocação da prótese deverá ser evitada e adiada sempre que possível devido ao grau de incapacidade funcional que inevitavelmente ocorrerá nestas pessoas com grande demanda física.